sábado, 10 de setembro de 2011

Por dentro da Copa Roca - 1922



Com a extinção da Federatión Argentina de Football, a realização da Copa Roca se tornou inviável por tempo indeterminado. Somente oito anos depois, já com a existência da Asociación Argentina de Fútbol, Brasil e Argentina voltaram a disputar a competição, num ano marcado pelo amadorismo no futebol da América do Sul.

O Campeonato Sul-Americano de 1922 foi acidentado por uma enxurrada de partidas adiadas devido ao mau tempo, e aos trancos e barrancos o torneio iniciado em 17 de setembro teve sua decisão marcada para 22 de outubro. Na partida final, o Brasil defenderia a manutenção do título (pois era o campeão de 1919) contra o Paraguai no Estádio das Laranjeiras.

Entretanto, o calendário previa a realização de Brasil e Argentina para a mesma data, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Para não perder por W.O., a Seleção Brasileira formou uma equipe basicamente com jogadores que atuavam por clubes paulistas e as presenças "cariocas" de Nesi, do São Cristóvão, do tricolor Zezé e do botafoguense Leite de Castro.

Desentrosado, o Brasil foi acuado no primeiro tempo pela Argentina, que abriu o placar com Chiesa e desperdiçou várias oportunidades de ampliar a vantagem. Mas jogando melhor no segundo tempo, a Seleção Brasileira teve a pontaria de Gambarotta a seu favor. Aos 25 e aos 40 minutos, vieram os gols da vitória por 2 a 1.

Alguns dados curiosos: nesta partida, pela primeira vez aconteceu uma substituição em jogo da Seleção Brasileira. Leite de Castro teve de sair após sua cabeça se chocar com a do zagueiro argentino Celli. Em seu lugar, entrou Brasileiro. E enquanto São Paulo era festa com a conquista da Copa Roca, o Rio de Janeiro comemorava o segundo título do Campeonato Sul-Americano, graças à vitória por 3 a 0 sobre o Paraguai.

Os campeões desta edição foram: Mesquita, Grané, Clodô, Abate, Faragassi, Nesi, Leite de Castro (Brasileiro), Zezé, Gambarotta, Tepet e Osses.

No próximo post: Argentina tricampeã da Copa Roca, uma hegemonia que durou 22 anos.

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Fonte pesquisada:

Brasil x Argentina - Histórias do maior clássico do futebol mundial (1908-2008), de Newton César de Oliveira Santos

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